segunda-feira

...aquela data apaixonante (e frustrante)

Ei, você. Sim, meu amor! Você que está aí solitário, assistindo novela e na mesma vida tediosa de sempre. Você aí que está se debulhando em lágrimas enquanto lê um romance trágico. Você aí que está se lembrando das falas do seu filme preferido e desejando que alguém as repita para você. Não se deprima, pois a Garota de Nova York é como um daqueles passarinhos felizes que trazem boas notícias. Informo-lhes então que hoje é aquele dia especial, em que namoradinhos levam flores, caixas de bombom, ursinhos de pelúcia e muito amor para suas namoradinhas. Bem, pelo menos no Hemisfério Norte (que você já sabe, caro leitor, é onde meu coração está). Então, se você se sentir Forever Alone, não chores. Estamos juntos nessa empreitada, companheiro, toca aí.
E a história do Dia de São Velentim é aquela coisa toda de que um Imperador malvado proibiu casamentos e aí o tal do Bispo maluquete começou a casar o povo e foi condenado a pagar com a própria vida... isso não é a cara dos nossos filmes nacionais? Aqueles com bastante Selton Mello, Wagner Moura, Fernanda Montenegro e Matheus Nachtergaele, para ser mais exata. Taí, gostei. Vou mandar a sugestão pra alguns diretores, vai que eu pego uma ponta na produção!
Alguns dizem que o Valentine's Day também comemora as amizades (quer dizer, a maioria das pessoas). Desculpa aí, sociedade, mas só se for amizade colorida. Vamos esclarecer: o Dia de São Valentim é exclusivo para a-pai-xo-na-dos, para os amantes, esses seres tão felizes e saltitantes presentes em nossas vidas. Essa coisa toda de celebrar a amizade em 14 de fevereiro não passa de uma desculpa dos Forever Alone para mandarem e receberem cartões em forma de coração. Sim, sim. Tudo bem que faz sentido, mas convenhamos, no nosso Dia dos Namorados, não mandamos mensagens bonitinhas para nossos amigos ou pais. Certo?
E não há lugar melhor para avaliar possibilidades de acompanhantes para o baile do colegial (claro, se tivéssemos essas coisinhas românticas chamadas bailes - tirando o da terceira idade) e canditados a namorados para o próximo Valentine's Day que o próprio colégio.
Esse inferno de nome "escola" que nos mostra um mundo novo - e só pra enfatizar, paixonites de oitava série - e ao mesmo tempo nos faz sofrer tanto. As coisas são tão relativas. E medonhas.
Por isso, a propósito, uso a minha vida de estudante como desculpa (mas desculpa verdadeira, right?) para a falta de posts. Sabe como é... Eles fazem da nossa vida um caos e nos deixam neuróticos. Pra quê? Estudamos, estudamos, estudamos, nos formamos, conseguimos um bom emprego, nos casamos e temos filhos. E o que nossos pimpolhos farão? Estudarão, estudarão, estudarão, se formarão... e o ciclo continua. Que droga de ciclo sem sentido é esse? Ainda não entendi. Às vezes penso que a vida era bem mais fácil quando caçávamos nossa própria comida, andávamos em bando e tínhamos uns milhões de filhotes por ano.
Mas sabe, talvez isso não passe de mais uma neura. Ultimamente crio neuras aos montes. A mais recente? Ao avistar cada novo garoto da minha nova escola, praticamente enxergar príncipes em potencial para um baile de quinze anos. Quer dizer, não posso ser uma debutante Forever Alone. Não, minha vida estaria acabada.
Mas há algo que me consola. Pensar que o meu futuro namorado/marido/pai dos meus filhos, neste exato momento, está em Nova York assistindo Gone With The Wind e pensando em mim. Ok, não precisa estar vendo o filme. Mas que tenha a certeza de que outra pessoa (eu), em algum outro lugar (uma certa roça chamada Sabará), espera por ele. Não é romântico? Como "nunca te vi, sempre te amei." Pergunte à Española, ela se lembra bem dessa minha fase platônica.
E talvez cheguem a dizer um dia que sou constituída basicamente por fases e paixões... Mas quer saber? "Frankly, my dear, I don't give a damn." Simplesmente adoro quando posso aplicar essas frases de Rhett Butler.


The New York Girl don't has a affair on Valentine's Day. But who cares? She's still got New York, Twilight, Gone With The Wind... And it's enough.