domingo

What Would Jane Austen Do?

Finalmente, 12 de junho (clique aqui para ler o post sobre o Valentine's Day). Então você afirma com absoluta certeza: "ela tem um namorado!". Bem, não tecnicamente. Embora eu mantenha relacionamentos estáveis com... meus livros. Não, você não leu errado. Os livros são meus namorados. Nunca me magoaram, sempre surpreendem, me acompanham, me fazem rir, chorar e suspirar. Não têm braços para envolverem meus ombros ou  palavras amáveis a dizer. Embora o silêncio de todas as suas páginas, por vezes, seja uma declaração de amor.
Mas nada disso vem ao caso. Na verdade, costumo dizer que hoje é o dia de Jane Austen (nascida em 1775, foi uma das escritoras mais influentes de todos os tempos, criticando a sociedade inglesa da época, principalmente as restrições impostas às mulheres): nunca se casou, apesar de todas as suas histórias envolverem o matrimônio, e tornou-se ícone feminino. Portanto, essa é uma daquelas datas em que eu abro Orgulho e Preconceito (e eu que não gostava de um dos meus livros preferidos, no começo!) em uma página qualquer e penso, repenso, sonho, idealizo e pergunto por onde anda meu Mr. Darcy, porque TÁ DIFÍCIL, cara.
Cavalheiros, onde estão vocês? Porque vou te contar, viu! Ou eu não faço o tipo dos gentlemans ou eles moram muito longe da minha humilde residência. E não me refiro aos homens (mas se a carapuça serve...). Falo sobre os ga-ro-tos. Sim, os pirralhos da minha idade. Onde foram parar os rapazes gentis e românticos dos tempos das minhas avós? Então eu penso nas histórias da Vó Ina. "Ah, quando eu era moça e precisava pegar o bonde, me lembro que os moços ficavam loucos quando as meninas levantava a barra do vestido para mostrar um pedaço das pernas!". E tem gente que ainda me xinga só por eu dizer que nasci na época errada. Arrrgh! Nestes nossos tempos - eu não diria "liberais", pois seria hipocrisia. Talvez "desregrados" demais - a juventude quer "ficar". Às vezes ouço uns colegas se vangloriarem, dizendo que "pegaram" fulaninha na festa tal, beberam não-sei-o-quê e ficaram de ressaca. Mas dá é vontade de soltar um palavrão! Meu Deus, moleque, você acabou de largar as fraldas, não tem sequer dezesseis anos! Sem contar que um par de pernas à mostra mais atrai a atenção deles que um sorriso bonito. As garotas também são assim, por vezes. Mas nada que diminua minha frustração em relação a esses candidatos a seres do sexo masculino (projetos que um dia serão considerados "homens").
Todavia, eu continuo pensando e deixando minha mente voar - o que o pai dos meus filhos está fazendo agora? Conversei sobre isso com minha mãe num dia desses. E ri, brincando ao dizer que ele estaria assistindo ...E O Vento Levou. É claro, óbvio e evidente que empreguei certa ironia em minha voz, até porque eu mesma sei que essa hipótese é meio... hm... impossível. Minha mãe soltou uma gargalhada e disse "sonha!". Quando minha mãe diz "sonha", é sinal de que as coisas estão muito, mas MUITO feias.
Há algumas semanas atrás, estava na arquibancada do ginásio da minha escola com uma amiga, durante o jogo de futebol feminino. Ela estava com o pé machucado e eu... Bem... Educação física não é nem de longe minha aula preferida e... Tá bom, vá lá, não era minha intenção mentir, mas foi necessário. Enfim. Nós conversávamos e observávamos o jogo dos garotos quando eu comentei que nunca teria um príncipe para um baile de debutantes. Júlia respondeu, entusiasmada e ainda com naturalidade, mais ou menos assim: "Mari, eu acho que você vai encontrar o amor da sua vida em uma livraria. Você vive enfiada nos livros. Você vai pegar um livro e aí ele vai aparecer, e vai esbarrar a mão dele na sua mão. Vocês vão ficar com vergonha, mas ele vai te entregar o tal livro e te convidar pra tomar um café. Tcharan!" Ela praticamente encenou meu possível futuro encontro. A essa altura, eu já me imaginava dançando com ele em meio aos livros, alguma música da Norah Jones saída sabe-se-lá-de-onde (já mencionei que pretendo me casar ao som de Norah Jones?)
Isso me leva a pensar: o que Jane faria nesse mundo parvo, em que suas opções mais felizes são: 1) sonhar 2) imaginar e 3) rir de si mesma por todas essas besteiras? Santa Austen, dê um jeito nesses caras!

P.S.: Ju, diva, graças à nossa conversa naquela aula de edução física, toda vez que vou à alguma livraria, me encosto com algum livro junto a uma estante qualquer e fico esperando meu gentleman aparecer.

Sometimes, The New York Girl is part of The Old School. Yes, in literal sense :)

4 comentários:

  1. Assim Marie, não é por nada não, mas eu acho que você JÁ tem o seu gentleman!! kkkkkkkkkkkkkkk não me mata!!!
    Ps: Old School? Eu já escutei isso antes, hahaha adoooooro!

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  2. Comassim, Bial? Deixei de ser forever alone da noite pro dia? Te cuida, Lavi, essa você me paga! SHUAHSUAHUHAS.
    Acho que a gente conhece a cena:
    "Ok, dad. Please, just don't worry about THAT. Edward is old-school."
    "Old-school. Great." "Oh my God, dad! I'm virgin!"
    The Talk em Eclipse, eu sempre choro de rir :p

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  3. eu adooorooo essa cenaaa, choooro muitoooo de rir também. A carinha da Bella, geeeeeeente tem coisa melhor não!!
    PS: Fiquei com medo da ameaça! hahahaha

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  4. Idem! :D
    É bom ficar com medo mesmo. Humpf. Melhor explicar melhor essa sua declaração!

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