quarta-feira

Definição para "isso"



É uma sensação estranha. Seu coração dispara com a batida daquelas músicas, as lágrimas correm soltas com aquele filme, você sente um arrepio ao ler o trecho daquele seu velho livro. Então você começa a imaginar lugares estranhos em sua mente, lugares que você nunca viu, mas tem certeza: você pertence à ele. Parece que algo "barra" alguém te espera lá fora. Parece que o Sol está brilhando e chamando por você. Parece que a neve está caindo e você está preso, sem ter como vê -la agora, senti-la. Parece que o mundo te aguarda para alguma coisa que você nunca viveu. Parece que há algo para acontecer. Algo que você precisa saber. Antes da sua morte.  
Pensou que eu estava falando sobre o amor? Não! Eu sei, é estranho. Estou procurando um nome para "isso".
É, é loucura. E me aflige cada vez mais! De repente eu sinto um aperto no coração. Há algo me chamando onde eu nunca fui antes. E eu sei que não sou completa sem saber. O que é isso?!
Uma vontade tão grande de conhecer o mundo, de conhecer as pessoas. De fazer algo de útil! Algo mais do que me sentar na frente do computador e tentar desvendar esse mistério. Mas eu preciso saber. Agora. O que está faltando pra mim?
Mas então eu coloco Taylor Swift e Colbie Caillat para tocar no volume máximo, incapaz de escutar minha própria voz ao cantar, e parece que estou perto de descobrir. É como se as canções delas me fizessem perceber que eu amo viver. Que lá fora... Bem, lá fora é diferente. Principalmente as músicas que falam sobre o mundo (será que eu quero mesmo é ser caminhoneira? Pensando seriamente em mudar minha futura profissão), sobre aventuras. E eu canto o mais alto possível. E nada, ainda estou no meu quarto, com minha escova de cabelo como microfone. E o Sol ainda brilha em algum outro canto do mundo, e a neve ainda cai.
Então eu decido assistir novamente E o Vento Levou. Mas Scarlett e Rhett só pioram a situação. Há algo que eu ainda não sei. E nada, ainda estou sentada no sofá, roendo minhas unhas e chorando desesperadamente com as cenas do meu filme preferido. E o Sol ainda brilha em algum outro canto do mundo, e a neve ainda cai.
Às vezes acho que estou tento uma crise de meia-idade já aos treze anos. Quer dizer, o que eu fiz até agora? Não me apaixonei, não fiz um filme, não escrevi um livro (La Española pode ficar feliz!), não me casei, não levei minha mãe ao Cruzeiro do Roberto Carlos, não conheci Nova York no outono, não viajei com as minhas amigas, não conheci Robert Pattinson, Taylor Swift ou Colbie Caillat, não tive um filho, NÃO SALVEI O PLANETA DO AQUECIMENTO GLOBAL!
O que eu fiz de útil, então? Plano de ação já, vou pensar em algo para ser lembrado. Algo que possam comentar no futuro. Para que as pessoas saibam que eu existi, que passei por aqui.
Ah, droga, a tal sensação de novo. Por favor, alguém pode comentar sobre esta postagem e contar à Garota de Nova York o que é isso? Sejam solidários. Vocês sentem o que eu sinto? Não aguento mais. Eu devo estar louca.
Mas quer saber? "Amanhã eu penso nisso. Afinal, amanhã é outro dia!" - E o que mais Scarlett O'Hara diria agora? :)

No! The New York Girl have not existential crises.

2 comentários:

  1. Ah Mari... como estas crises são perfeitamente compreensíveis, principalmente por tratar de uma pessoa que sonha (e que já realiza, por tudo que discuti aqui no blog), com a conscientização das pessoas, com a importância de deixar a sua marca neste mundo que tanto precisa de pessoas lindas de coração como vc.... A como eu agradeço a Deus por isso... pois são estas inquietações que fazem a gente querer buscar e principalmente a gente ser pessoas melhores...
    bjus

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  2. Cara Garota de Nova Iork,
    A vida é mesmo feita disso. Vivemos numa eterna crise existencial. Não se preocupe porque eu tive essa crise (na verdade tenho até hoje). Com quase trinta anos me pergunto o que foi que eu fiz? Já plantei uma árvore, já escrevi um livro (quando estava no colégio, mas não profissional como la Española, quem sabe um dia) ainda não me casei, ainda não tenho filhos. Cursei a faculdade, sou funcionária pública, fiz muitos amigos, faço tudo o que gosto na medida do possível. Não sei se farei um grande feito, se vou ser lembrada quando não estiver mais aqui. Na verdade penso que quero ser lembrada e homenageada hoje, que estou aqui, depois quero ser apenas uma lembrança boa na mente daqueles que me amam.
    Sonho em conhecer Veneza e passear por toda a Europa, sonho ser mãe de um casal de gêmeos, sonho entrar na Igreja com um vestido branco, sonho ter uma casa enorme onde não caiba toda minha felicidade. Sonhos simples, complexos? Parece ser simples, mas depende de tanta coisa. Muitos dos meus sonhos não envolvem somente a mim. Mas mesmo cheia de dúvidas, de incertezas, de medo, ousemos seguir adiante. A vida é mesmo uma caixinha de surpresas: aprendamos com as coisas ruins e aproveitemos as coisas boas.
    Sigo a vida como uma adolescente, apaixonada pelo filme "Uma linda mulher", sonhando com um conto de fadas, chorando ao ouvir Seal(Baby,
    I compare you to a kiss from a rose on the grey.
    Ooh...),ou Marisa Monte (Só não se perca ao entrar no meu infinto particular...)
    Pelo jeito, você não é a única que não tem definição para "isso"...
    Abração de uma eterna sonhadora.

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