quarta-feira

Encontros, verdades, mudanças...

Isso deveria acontecer um dia, com todo mundo. Mas não no final da vida. No começo, talvez no meio dela. Pense em quantos erros seriam evitados; Quantas palavras cortantes deixariam de ofender; Quantas alegrias seriam previstas e planejadas de uma melhor forma.
Mas sabemos que é impossível. Promover um encontro entre passado, presente, futuro. Um peculiar encontro com você mesmo. Aquele de épocas remotas, o desconhecido de agora e o misterioso dos tempos que virão.
Na vida,  você está inevitavelmente sozinho de vez em quando. Essa é a verdade trivial. Por mais pessoas queridas que estejam a seu lado, por mais companhia que tenha, apoio e amor que receba, nos momentos cruciais, aqueles de decisões tão importantes e capazes de mudar sua trajetória para sempre, é apenas você mesmo. Contra seus medos, suas dúvidas, seus sonhos. Descobrindo em si uma coragem que nem sabia existir. Logo, tem uma leve noção de quem realmente é. Mas foi como um breve facho de luz, passageiro. E aí está você novamente, amigo, sentindo-se inútil em meio à sua confusão particular. "Você está tão diante de si mesmo que esqueceu o que precisa", diz uma das minhas músicas preferidas. Vienna, de Billy Joel. É estranho, essa canção parece conversar comigo, falar sobre mim descaradamente.
Aliás, o que eu mais queria agora, era ter o poder de promover esse encontro. Para que não fique perdida quando estiver 'tão diante de mim mesma'. Apenas saber por onde anda a Mariana com seus doces seis anos. Talvez no coração de alguns, ou habitando sua própria mente (quer dizer, minha própria mente). Queria que ela me contasse e mostrasse novamente como é viver quando sua única preocupação é saber se o almoço de hoje tem batatas fritas ou se vai passar aquele seu filme sobre cachorros na Sessão da Tarde.
Mas é como se eu estivesse traindo essa pequena garotinha. Os sonhos dela já não são mais os meus sonhos, os pensamentos, as vontades dela já não me pertencem, por mais dor que isso possa me causar. Ah, se essa Mariana ficasse sabendo que foi modificada por mim para adaptar-se ao tempo... Certamente, ficaria muito brava e emburrada comigo. Mas depois de ásperos quinze minutos, como de costume, me chamaria para jogar seu jogo de memória favorito, com aquelas fotos do reino animal. Oh, claro, e me pediria para ajudá-la a juntar seus pais novamente. Quão previsível era essa menininha!
Porém, a Mariana de hoje sabe que nem colocando seus pais numa dança ao som de seu tema romântico, Take My Breath Away - Berlin -, os dois ficariam juntos. Porque a garotinha cresceu um pouquinho. Já tem outras preocupações, uma pequena noção de quão grande, belo e injusto é o mundo, e claro: Outros sonhos. Assim, a Mariana de hoje tem apenas um pedido para as Marianas que virão. Aos 18, aos 30, aos 50, não importa: que apenas não deixem-na perder seus sonhos, sua alegrias e triunfos. Que ela mantenha sua peculiar visão romântica da vida, por mais cruel que ela seja. Porque a Mariana do aqui, do agora, às vezes acredita que pode mudar as coisas e dizer "Hey, mundo! Estou aqui!". Daqui a um certo tempo, certamente reformulará seus pensamentos e ideais. Queria apenas que ela não se esquecesse de quem realmente é - e de quem deseja ser.
E que isso valha para todo e qualquer ser humano: Não se esquecer de quem é, por mais que mude. Tentar não tornar-se uma pessoa frustrada. Seguir aquilo que quer, desde que não faça mal a ninguém.
Já que dizem por aí que até o amor acaba... Os sonhos são os únicos que duram para sempre.

The New York Girl was the inspiration of Billy Joel for Vienna... Just like her mama and her papa were the inspiration of Berlin for Take My Breath Away :)

Um comentário:

  1. Mari querida,
    Por mais que o tempo passa a nossa essência continua e vc, garota tão especial, nunca deixará de ser encantadora pois isso é seu, faz parte da sua personalidade. O AMOR pode não acabar se cuidarmos dele.....
    bjus Te amo. (Este amor nunca vai acabar!!!)
    Luciene

    ResponderExcluir